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quinta-feira, 5 de abril de 2018

O Rei Tut | Avan Jogia fala sobre a minissérie, Ben Kingsley e filmar batalhas no calor do deserto

Para quem ainda não assistiu à minissérie TUT e para os fãs segue a entrevista de Avan Jogia ao site Omelete.


Ator comentou sobre a precisão histórica da trama e muito mais

07/11/2015 - 10:00 - EDERLI FORTUNATO

Há um fino ato de equilíbrio em uma produção histórica. Pouca dramatização e o resultado pode ser bem insípido e pouco atraente para o público. Ficção demais e perde-se justamente o que a história oferece: oportunidade de contar algo que realmente aconteceu e influenciou a vida que levamos hoje. O Rei Tut é a mais nova candidata ao desafio, misturando fatos e ficção para contar a vida do mais famoso dos faraós do Egito, Tutancâmon, que subiu ao trono ainda garoto e morreu muito jovem. Quis a história que seu túmulo ficasse perdido por séculos para ser descoberto por Howard Carter somente em 1922, quando o tesouro que o sumiço fez ficar a salvo dos ladrões de túmulos fascinou o mundo e a morte de várias pessoas envolvidas na descoberta, incluindo o patrocinador de Carter, Lorde Carnarvon, criou a lenda da maldição do faraó.

Dirigida por David Von Ancken (Californication, Cold Case) O Rei Tut acompanha Tutancâmon desde sua ascensão ao trono, aos nove anos, até sua morte misteriosa. Filmada em locações no Marrocos, a minissérie recria o Egito dos faraós como um grande épico, repleto de intrigas de bastidores, jogos de poder e um Tutancâmon um pouco diferente do que os historiadores descrevem. Ator de iCarly, Victorious e Caprica, o canadense Avan Jogia falou com a imprensa internacional sobre a série, os colegas de elenco e como se preparou para interpretar Tutancâmon.

Quanto do roteiro de O Rei Tut é historicamente exato?

O que queremos fazer é entreter usando fatos históricos, construindo a partir deles a história de um garoto que está lidando com a pressão de ter sido coroado tão jovem. Para nós, é muito importante mostrar como era a vida naquela época e também tornar a história interessante de outras formas. Um exemplo é que talvez Tut não tenha sido exatamente um rei guerreiro, mas em nossa versão da história ele é. Há muita coisa que não sabemos sobre essa civilização de 3 mil anos de história, então é basicamente um casamento entre entretenimento e fatos históricos.

Você trabalha com dois atores de Game of Thrones. Vê alguma influência da série de George R.R. Martin em O Rei Tut?

O material é de uma escala muito diferente. Alexander Siddig e Nonso Anonzie também fazem papéis muito diferentes do trabalho deles em Game of Thrones, mas são atores espetaculares e com grande impacto na minissérie.

Acha que a TV está vivendo uma era de ouro?

Talvez. É difícil dizer, vivemos numa época em que tudo é transitório e muda muito. O celular com o qual estamos conversando vai estar ultrapassado em um ano. A civilização egípcia, pelo bem ou pelo mal, não mudou ao longo de três mil anos. Eu não sei, você nunca sabe o que vai acontecer, só depois é que pode olhar para trás e dizer se foi um ano bom ou ruim.

Como você vê a escalação de pessoas de diferentes etnias na série?

Acho importante que as pessoas saibam que o Egito tinha uma diversidade maior do que algumas sociedades atuais devido ao deslocamento das pessoas e ao seu tamanho, era um império enorme. Nessa história em particular era importante ter todos os grupos diferentes representados. Para o nosso enredo é algo crítico.

Qual o seu maior desafio nas filmagens?

A série tem muita ação, muita coisa que eu nunca havia feito antes como cavalgar, conduzir os carros de batalha, luta com espadas e todas essas coisas. Vários desafios, mas como ator eu tenho uma regra, se alguma coisa o amedronta, você provavelmente deveria fazê-lo. Eu fiquei com medo de algumas coisas, mas me diverti muito e aprendi rápido. O mais difícil foi usar uma armadura no calor de 34ºC debaixo do sol, num lugar muito seco, correndo o tempo todo com uma espada na mão. Numa história moderna, você está o tempo todo dentro de casa com o café ao alcance da mão. [risos] Filmar no deserto testa seus limites.

O que você descobriu sobre Tutancâmon e o Egito durante sua preparação para a série?

Eu pesquisei o sistema monárquico e como eles acreditavam no sangue sagrado, na divindade dos reis, o que achei muito interessante, porque Tutancâmon foi uma pessoa real, mas ele era considerado um deus entre os homens. Isso criava muita pressão sobre Tut. O lado humano de um personagem como esse não é tanto interpretar um rei no comando de seu exército ou coisa assim, mas uma pessoa presa a essas pressões.

Você é um ator que sugere alterações durante as filmagens?

Eu diria que num papel como esse, onde o diálogo é muito, muito crucial e há esses longos discursos, sendo o orador, uma pessoa que fala todo o tempo, eu não gosto de alterar as palavras, eu gosto que elas sejam bem específicas e alinhadas antes da filmagem. Em outros trabalhos que faço, eu gosto de fazer mudanças, pequenas alterações e ajustes, trabalhos modernos ou contemporâneos. Mas em uma produção histórica, as palavras são importantes e você tem de confiar nelas. Então aqui eu sigo o roteiro.

Como foi trabalhar com Ben Kingsley, que tipo de relacionamento vocês tiveram durante as filmagens?

Trabalhar com Sir Ben Kingsley foi uma alegria. Ele sempre foi um ídolo para mim, eu cresci admirando o trabalho dele e poder atuar com seu ídolo é tanto apavorante quanto recompensador. Ele foi muito generoso, gentil, disposto a ajudar e me aceitou como colega de profissão. Trabalharmos juntos tornou possível mostrar as sutilezas e idiossincrasias dos nossos personagens. Ele é muito profissional, como eu gosto de ser, e nos tornamos muito próximos. Ele é um ator maravilhoso, um dos maiores atores vivos.

Você já conhecia Alexander Siddig?

Eu o vi em Star Trek - A Nova Missão e conhecia seu trabalho muito bem. Ele é um homem gentil e apaixonado que trabalha muito duro, ensina através do próprio trabalho e lidera pelo exemplo. É divertido e inspirador trabalhar ao lado dele e nos divertimos durante as filmagens no Marrocos. Não havia muito o que fazer além de trabalhar, então formamos um grupo bem unido.

O que Tut tem que as pessoas ainda não tenham visto?

O Império Egípcio é um cenário mal explorado devido à sua grandiosidade. Esse povo construiu alguns dos maiores monumentos de todos os tempos e tentar criar isso da forma correta exige um orçamento apropriado. A área diante do palácio tem o comprimento de dois campos de futebol, os carros de guerra são todos feitos à mão e as portas que abrem para o pátio pesam duas toneladas cada uma. Então, para mim, o mais importante e interessante é que tudo foi feito a mão e acho que é único de alguma forma.

Este é seu primeiro drama histórico. Está pronto para outros?

Sem dúvida. Eu fiquei feliz de voltar e fazer alguns filmes depois de Tut, alguns trabalhos contemporâneos, mas tem alguma coisa em colocar uma armadura, a mágica do cinema, o escapismo. É por isso que eu gosto de cinema, eu gosto de filmes contemporâneos que mostram a realidade, mas eles também são uma fuga, e é por isso que eu gosto de filmes e séries históricas. Espero fazer outras no futuro.

Você atuou em várias produções juvenis. Acha que agora passará a papeis mais adultos?

Eu estou mais velho, então houve uma progressão natural no trabalho que eu tenho feito desde projetos adolescentes e um pouco para jovens. Tem sido muito natural e eu tenho tido muita sorte. Não escolho projetos pensando se vão avançar minha carreira de certa forma. Uma das coisas de ser um ator é ser o mais versátil que puder, interpretando papéis diferentes e não acho que eu tenho de me colocar numa caixa e fazer apenas dramas adultos. Eu quero fazer tudo o que puder.






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